sábado, 25 de abril de 2009

Uma impureza no arroz


O arroz sem dúvida é o prato indispensável na mesa do brasileiro, indispensável também é o comentário a ser feito pelo ocorrido no STF - devo informar aos menos atentos que se trata da discussão entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa - que numa definição suferficial e à primeira vista, diria lamentável. Surpresos pelo ocorrido? Confesso que fiquei. Não pelas informações prestadas pelo ministro Joaquim Barbosa, pois não é novidade que o judiciário brasileiro e os outros poderes deste país estão infestados de pessoas hipócritas, arrogantes, corruptas e desprovidas de qualquer senso de responsabilidade e justiça.

O que realmente me surpreendeu foi a coragem, a audácia e talvez a desesperada fala do Ministro Joaquim Barbosa. Não é todo dia que um ministro discorre com tanta acidez nas palavras sua indiganação com a postura de um colega de reputação "ilibada". O sorriso de Gilmar mendes nunca foi tão amarelo e desconcertado como naquele dia em que sua máscara foi retirada, e talvez gostaria ele que nesse momento não existisse mídia para divulgar esse "ato democrático", como diria o presidente Lula aos nosso hermanos argentinos.

Mas fica a pulga atrás da orelha, o que acontecerá com o ministro Joaquim Barbosa? Será afastado como uma impureza do arroz? O ministro de alma branca nunca foi tão negro e sombrio para os interesses de manutenção da pseudo-democracia brasileira. Dizer a verdade? Quem seria tão tolo? Num país onde reina a malandragem, o jeitinho, a ignorância e a justiça anda de olhos vendados num quarto escuro, é supreendente a atitude de Joaquim Barbosa, merecendo nossas palmas. Lamentável, pois, é termos de concordar com Joaquim de que não podemos confiar plenamente no judiciário brasileiro, lamentável acreditar que a mais alta cúpula deste país é presidida por um coronel midiático, que, de menos irritante, tem a voz.